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Israelense condenado por tráfico de órgãos há 10 anos cumpre pena no Brasil; relembre o caso

  • Writer: Gabriel Toueg
    Gabriel Toueg
  • Sep 10, 2014
  • 2 min read

Updated: May 7, 2024

Dez anos atrás, em 2004, o israelense Gedalya Tauber, então com 68 anos, que era considerado líder de uma organização criminosa que fazia tráfico de órgãos humanos, foi condenado por aliciar pessoas em Pernambuco para vender rins. A prisão de Tauber ocorreu em meio a uma operação apelidada de Bisturi, que começou um ano antes.


Tauber é ex-oficial do Exército de Israel. Ele foi condenado junto a outras 11 pessoas. A pena, que seria paga no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, foi de 11 anos e nove meses de prisão, mas em janeiro de 2009, Tauber estava em liberdade condicional e obteve autorização da Justiça de Pernambuco para realizar uma viagem e voltar em 30 dias. Ele não voltou ao presídio e sumiu.


Israel e os transplantes de órgãos

Há diferentes interpretações no judaísmo em relação ao transplante de órgãos. Uma corrente afirma que não é permitido transplantar órgãos de uma pessoas que já tenha morrido - condição necessária para realizar a doação. Em Israel, país de Tauber, entretanto, os transplantes são vetados pela autoridade rabínica.


Na época da investigação, Tauber chegou a acusar o governo israelense de financiar o tráfico de órgãos, o que precisou ser rebatido pela Embaixada do país em Brasília. A representação diplomática explicou que os transplantes não são permitidos no país mas que israelenses podem realizar transplantes legalmente, sob normas internacionais, fora do país.


"No momento em que existir a menor suspeita de tráfico de órgãos, o seguro médico israelense está proibido de efetuar qualquer tipo de pagamento e as pessoas que praticam tal ato podem ser processadas", explicou a embaixada na época.


Prisão

Só em junho do ano passado, 4 anos e meio depois de desaparecer, Tauber foi preso no aeroporto de Roma ao tentar entrar na Itália, vindo de Boston (EUA). O governo brasileiro pediu a Roma a extradição do israelense e foi atendido.


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Tauber ao chegar ao Brasil depois de ser deportado (foto: Reprodução/Jornal do Commercio-PE)

No dia 3 de agosto, ele foi trazido de volta ao Brasil (imagem ao lado). Tauber deve cumprir os quatro anos, nove meses e seis dias restantes de sua pena no Cotel, de onde escapou em 2009. Deverá ficar preso até 2018. Segundo o Jornal do Commercio, de Pernambuco, o homem ficou nervoso e passou mal no voo de volta ao Brasil.


O esquema

Segundo as investigações da Operação Bisturi, Tauber conseguiu aliciar cerca de 30 brasileiros de bairros pobres do Recife e do interior de Pernambuco. Essas pessoas venderiam os próprios órgãos para a quadrilha. Elas eram levadas para a África do Sul, onde pacientes israelenses já aguardavam por rins que seriam transplantados ilegalmente.


As pessoas aliciadas recebiam, segundo a PF, entre US$ 6 mil e R$ 10 mil para fazer as cirurgias. Eles viajavam com as despesas pagas para Durban, onde eram operados. Antes, eram submetidos a exames médicos e de compatibilidade sanguínea. O grupo pode ter movimentado até US$ 4,5 milhões.


Foto de capa: Polícia Federal/Divulgação

 
 
 

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