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Entenda o tráfico de bebês

Nos anos 1980, principalmente, uma quadrilha sequestrava recém-nascidos em maternidades ou cooptava famílias pobres a venderem os bebês por valores irrisórios. As crianças seriam então vendidas por dezenas de milhares de dólares para casais estrangeiros. Entenda brevemente o esquema e saiba quem são os envolvidos.

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Na década de 1980, um esquema assumidamente liderado por Arlete Hilu tirava ilegalmente bebês do Brasil e os levava de forma clandestina para adoção por famílias estrangeiras, em vários países. Pelos crimes de tráfico de crianças, falsidade ideológica, formação de quadrilha e pela retirada ilegal de crianças do país, Arlete foi condenada duas vezes, entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990. Há informações divergentes sobre uma eventual terceira prisão.

Fontes: Record TV (2016);

Arlete Hilu

Nascida em Itajubá (MG)*, em junho de 1945, Arlete Hilu começou  atuar como advogada, embora não fosse diplomada em Direito, na Penitenciária Estadual do Paraná, de onde foi demitida em 1981. A partir de 1983, passou a trabalhar como curadora especial de menores, o que lhe deu acessos que lhe facilitaram o envolvimento no tráfico de crianças. Segundo o Estadão, a demissão"acabou favorecendo-a ainda mais (...), e daí foi um passo para iniciar a lucrativa atividade de vender bebês brasileiros a casais de vários países". Em 1986, a imprensa relatava que Arlete Hilu era viúva e tinha um filho, então com 19 anos. O Estadão dizia, na época, que "Arlete parece ter uma invejável situação financeira, sempre apresentada como uma bem-sucedida advogada". A mulher apresentava-se ora como advogada, ora como contabilista, por vezes como assistente social ou "curadora especial de menores", às vezes como enfermeira, mas não há informações precisas sobre sua real profissão.

FontesCorreio de Notícias (1985)Estadão (1985); Estadão (1985)Correio de Notícias (1986);Estadão (1986); Oeste Em Foco (2018)

* Notas: o local preciso de nascimento de Hilu é controverso, com fontes indicando Curitiba (PR). Os dois endereços publicamente conhecidos são localizados no bairro Cabral, na capital paranaense, e no centro da cidade de Balneário Piçarras (SC).

Contexto

O esquema de tráfico de bebês para adoção internacional ocorreu em período com uma sequência de desaparecimentos de crianças no sul do Brasil, especialmente no Paraná. Dois casos ganharam especial destaque na época: o caso Evandro Ramos Caetano, na época com 6 anos de idade, que desapareceu e foi encontrado morto; e o de Leandro Bossi, também desaparecido, dois meses antes do sequestro de Evandro. Ambos ocorreram na cidade de Guaratuba, no Paraná, e esmiuçados pelo jornalista Ivan Mizanzuk no podcast Projeto Humanos, cuja temporada sobre o caso Evandro virou série e livro de autoria de Mizanzuk.

Fontes: GQ, 2023

Onde agiam

A quadrilha de Arlete Hilu agia principalmente no Sul do Brasil, onde conseguia crianças com traços europeus, o que ela atribuía à "demanda" dos casais estrangeiros. Inicialmente o Paraná, principalmente a capital, Curitiba, era o foco de atuação, mas depois da prisão de Arlete, em 1984, por falsidade ideológica e contrabando, o grupo começou a operar em cidades vizinhas, usando cartórios menores para obter registros falsos de adoção. Depois, a quadrilha passou a agir também em vários outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Três comparsas passaram a cuidar das operações em Curitiba quando Hilu se transferiu para o Rio de Janeiro. Com o cerco policial aumentando, ela abriu uma sede em Dourados (MS).

Fontes: Estadão, 1986Record TV, 2016

Onde agiam

A quadrilha de Arlete Hilu agia principalmente no Sul do Brasil, onde conseguia crianças com traços europeus, o que ela atribuía à "demanda" dos casais estrangeiros. Inicialmente o Paraná, principalmente a capital, Curitiba, era o foco de atuação, mas depois da prisão de Arlete, em 1984, por falsidade ideológica e contrabando, o grupo começou a operar em cidades vizinhas, usando cartórios menores para obter registros falsos de adoção. Depois, a quadrilha passou a agir também em vários outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Três comparsas passaram a cuidar das operações em Curitiba quando Hilu se transferiu para o Rio de Janeiro. Com o cerco policial aumentando, ela abriu uma sede em Dourados (MS).

Fontes: Estadão, 1986Record TV, 2016

Penas

Pelos crimes de tráfico de crianças, falsidade ideológica, formação de quadrilha e pela retirada ilegal de crianças do país, Arlete Hilu foi condenada duas vezes, entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990. Há informações divergentes sobre uma eventual terceira prisão. De acordo com a imprensa brasileira da época, ela começou a traficar bebês em 1983, mediando a adoção de crianças estrangeiras. Segundo a criminosa, ela o fazia "apenas por assistencialismo", mas cada bebê era vendido por 8 mil a 10 mil dólares (dado de 1986).

Fontes: Estadão, 1986

Penas

Pelos crimes de tráfico de crianças, falsidade ideológica, formação de quadrilha e pela retirada ilegal de crianças do país, Arlete Hilu foi condenada duas vezes, entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990. Há informações divergentes sobre uma eventual terceira prisão. De acordo com a imprensa brasileira da época, ela começou a traficar bebês em 1983, mediando a adoção de crianças estrangeiras. Segundo a criminosa, ela o fazia "apenas por assistencialismo", mas cada bebê era vendido por 8 mil a 10 mil dólares (dado de 1986).

Fontes: Estadão, 1986

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Se você tem informações sobre pessoas que nasceram na década de 1980 no Brasil, foram adotadas por famílias estrangeiras e que estejam em busca de conhecer suas origens, entre em contato. Se você sabe de famílias brasileiras que buscam notícias sobre o paradeiro de filhos biológicos desaparecidos nos anos 1980, entre em contato. Se você tem alguma informação sobre o paradeiro de Arlete HiluCarlos Cesário PereiraValdemar Reinert e suas irmãs Magda e RosiZacarias de Morais Victor Filho, Gabriel GiornoTerezinha Cardoso dos Santos CavaleskiMarisa Vieira e Rodolfo Garcia ou de qualquer outro nome que você tem suficientes razões para acreditar que estiveram envolvidos no esquema, por favor entre em contato. O sigilo absoluto da sua identidade é garantido.

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